Por:Jornal NC - Publicado em 16/04/2020
O governo de São Paulo acredita que os leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) do estado começarão a ficar muito cheios a partir do mês de maio. A informação foi dada pelo secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann. A ocupação de leitos em São Paulo está próxima do limite. O maior número foi registrado no Hospital Sancta Maggiore Higienópolis, com 83% de ocupação. Em seguida, aparecem o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (77%), o Hospital Municipal do Tatuapé (77%), o Conjunto Hospitalar do Mandaqui (76%) e a Santa Casa de São Paulo (71%).
De acordo com o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, o doente grave tem ficado em média 14 dias internado na UTI. Já o doente grave que evolui para óbito fica mais de três semanas. O grande gargalo, segundo ele, é que não faltam apenas leitos de UTI, mas tudo o que compõe o atendimento do doente grave, que começa na enfermaria e pode ir até a alta após a permanência na UTI.
Uip conversou com secretários de Saúde das cidades do Grande ABC, onde a ocupação de leitos já atinge também 70% de sua capacidade.
Outro dado que Uip destacou foi o aumento no número de mortes por coronavírus no estado, o que vem demonstrando, segundo ele, a gravidade dos casos. A taxa de isolamento social na capital e também no estado de São Paulo estava em torno de 50%. O ideal é que chegue a 70% para evitar o colapso no sistema de saúde. “O número de 50% é bom, que altera a curva. Mas não é suficiente. Queremos e precisamos mais. Nosso objetivo sempre será alcançar os 70%”, ressaltou Uip. São Paulo tem hoje 9.371 casos confirmados de coronavírus, com 695 óbitos. Há ainda 1.143 pessoas ocupando leitos de UTI e mais 1.215 internadas em enfermarias. Para evitar a saturação dos hospitais por causa do coronavírus, o governador de São Paulo, João Doria, voltou a fazer um apelo para que as pessoas continuem em isolamento. “Não façam movimentações desnecessárias [indo para as ruas]. Ao fazê-lo, vocês estão colocando em risco as suas vidas e a de seus familiares e amigos. Ninguém quer hospitais lotados e cemitérios cheios. Por isso, precisamos de ruas vazias”, falou o governador, lembrando que a quarentena estabelecida para o estado de São Paulo vale, neste momento, até o dia 22 de abril.
Cesta básica
Doria disse que 20 mil cestas básicas do projeto Alimento Solidário começaram a ser distribuídas hoje para as famílias mais vulneráveis do estado. A intenção é entregar, até o final deste mês, 1 milhão de cestas básicas. O governo paulista pretende entregar 4 milhões de cestas de alimentos, 1 milhão por mês, até julho.
Saída de secretário
Doria lamentou hoje a saída do Secretário de Vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, que pediu demissão do cargo pela manhã. “Lamento bastante a sua saída do ministério”, disse.
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