Por:Jornal NC - Publicado em 29/11/2018
O buraco na camada de ozônio, símbolo da causa ambientalista a partir dos anos 1980, diminuiu depois de um esforço mundial para reduzir a emissão de gases poluentes. Mas cientistas sinalizam que o risco a essa barreira protetora natural está de volta.
O ozônio é um gás incolor que forma uma fina camada na atmosfera e absorve componentes nocivos da luz solar, conhecidos como raios “ultravioleta B” ou “UV-B”. Ele protege os seres humanos dos riscos de desenvolver câncer de pele ou catarata, entre outras doenças, e impede mutações nocivas em animais e plantas.
Em seu relatório anual sobre gases que causam o efeito estufa, a Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês) detectou o ressurgimento do gás CFC-11, um dos principais causadores do buraco, cuja produção é banida pelo Protocolo de Montreal.
Nos anos 1980, cientistas descobriram que a produção humana de gases CFC (clorofluorocarboneto) tinha causado um buraco enorme na camada de ozônio, colocando em risco a vida no planeta. A abertura, encontrada em cima no Polo Sul, acendeu um alerta global e se tornou o maior ícone da luta pela preservação ambiental da época.
Em 1987, foi assinado o Protocolo de Montreal, um acordo global para proteger a camada de ozônio no qual os países signatários se comprometeram a reduzir a produção e a comercialização de substâncias consideradas responsáveis pelo dano – entre elas os CFCs, incluindo o CFC-11.
Os gases do tipo foram substituidos por outros, como hidroclorofluorcarbonos, hidrofluorcarbonos e perfluorcarbonos – que embora não sejam nocivos à camada de ozônio, contribuem para o aquecimento global, segundo o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).
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Os CFCs eram facilmente encontrados em sprays aerossóis, geladeiras, aparelhos de ar-condicionado, equipamentos contra incêndio e solventes. Desde então, a quantidade deles na atmosfera vem caindo, mas neste ano os pesquisadores da WMO notaram que as reduções do nível do CFC-11 vêm diminuindo – o que indica que alguém, em algum lugar, voltou a produzir o gás.
No início de 2018, a Agência de Pesquisa Ambiental, no Reino Unido, rastreou a produção de CFC e chegou a uma série de fábricas na China.
A agência afirmou que esses gases poderiam ser provenientes da produção de espumas de isolamento térmico de poliuretano, feitas na China para uso doméstico a custo baixo. O caso ainda está sob investigação.
Cientistas afirmam que os níveis detectados dessa substância hoje podem indicar uma piora ainda maior no futuro. “É possível que as novas emissões sejam o ponta do iceberg”, diz químico e metereologista Matt Rigby, da Universidade de Bristol.
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