Por:Jornal NC - Publicado em 01/02/2023
A Ucrânia anunciou a realização na próxima sexta de uma reunião de cúpula com a União Europeia (UE), o que enviará “um sinal forte” para a Rússia, quase um ano após o início da invasão. “O fato de que a cúpula será realizada em Kiev é um forte sinal tanto para nossos aliados quanto para nossos inimigos”, declarou o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, sem revelar as autoridades que participarão do encontro.
O governo ucraniano também informou que espera receber “entre 120 e 140” tanques de seus aliados ocidentais. Em sua mensagem noturna ao país, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esperar que a reunião de cúpula em Kiev reflita um alto “nível de cooperação e progresso” com o bloco, de 27 países. A Rússia, por sua vez, anunciou ter capturado outro vilarejo perto da cidade de Bakhmut, no leste, que há semanas se tornou o epicentro da guerra. A Ucrânia, candidata a se tornar membro do bloco, também realizará uma reunião de “consultas intergovernamentais” com a Comissão Europeia (Executivo da UE), anunciou Shmygal.
Tanques a caminho
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que os tanques de combate aguardados por seu país são os Leopard 2 de design alemão, os Challenger 2 britânicos e os Abrams dos Estados Unidos, embora não tenha informado os prazos de entrega. A decisão de enviar estas armas pesadas de guerra à Ucrânia marca um compromisso maior das potências ocidentais com a resistência ucraniana à ofensiva iniciada em 24 de fevereiro de 2022 pelo presidente russo, Vladimir Putin. O presidente americano, Joe Biden, disse hoje que irá conversar com Zelensky sobre a questão das entregas de armas de tecnologia avançada.
Veja Também: Alemanha aprova envio de tanques Leopard para a Ucrânia
“Vamos falar” disso, declarou Biden na Casa Branca, horas depois de responder taxativamente com um “não” quando perguntado se estava a favor de enviar aviões de combate F-16 à Ucrânia. O “Wall Street Journal” informou hoje que a empresa americana General Atomics ofereceu vender a Kiev dois drones Reaper MQ-9 por US$ 1. Por esse acordo, Kiev terá que investir cerca de US$ 10 milhões para transportar os aparelhos até a Ucrânia e US$ 8 milhões por ano em manutenção, segundo o jornal, que cita uma carta da empresa.
Hesitação ocidental
Está previsto que o Reino Unido entregue os Challenger no fim de março, enquanto a Alemanha quer enviar os primeiros Leopard 2 entre o fim de março e o começo de abril. Os Estados Unidos anunciaram, por sua vez, o envio de 31 Abrams. Outros países europeus, como Polônia, Espanha e Noruega, também pretendem enviar alguns dos seus Leopard à Ucrânia. O processo de entrega, no entanto, poderia levar meses, segundo várias chancelarias, que alegaram possíveis reparos e trabalhos de manutenção, além da formação de soldados ucranianos para operar estes modelos, que nunca foram utilizados no terreno.
A França anunciou que fornecerá à Ucrânia outros 12 canhões autopropulsados Caesar de 155 mm, além dos 18 já entregues. Esses canhões, no entanto, não têm o alcance de mais de 100 km que a Ucrânia afirma necessitar para destruir as linhas de abastecimento e os depósitos de munições das forças russas. Além disso, os países ocidentais estão hesitantes em oferecer um apoio militar ainda mais robusto, por medo de propiciar uma escalada com o Kremlin. A Rússia, por sua vez, não cansa de repetir que americanos e europeus realizam uma guerra por procuração na Ucrânia.
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