Por:Jornal NC - Publicado em 31/08/2018
Depois de uma longa reunião em Lima, representantes do Comitê de Autoridades de Migração (CAAM), que engloba a Bolívia, o Equador, a Colômbia e o Peru, apelaram à Venezuela para que facilite a emissão de documentos para os cidadãos que queiram deixar o país. Também definiram uma série de prioridades para o tratamento dos imigrantes. Ressaltando que serão respeitados os direitos humanos, de acordo com as convenções internacionais, o diretor-geral da Comunidade Andina (CAN), José Arróspide, leu o documento final em que estão descritas as ações.
Inicialmente, todos os governos dos países presentes à reunião se dispuseram a trocar informações sobre o fluxo migratório a partir de dados transmitidos à Secretaria-Geral da Comunidade Andina. O objetivo é buscar “mecanismos de controle migratório”. Porém, não foi detalhado como será feito esse controle. Os representantes do CAAM também definiram que haverá uma cooperação regional para colaborar com o financiamento de traslados e a fixação dos venezuelanos nas áreas específicas em cada país. Paralelamente, as autoridades andinas apelaram para que o governo do presidente Nicolás Maduro facilite a entrega dos documentos aos venezuelanos que querem deixar o país, como identidade, certidões de nascimento e passaportes. Na Venezuela, Maduro afirmou que há uma “campanha de ódio” e xenofobia contra os venezuelanos, liderada pelo Peru.
Veja Também: Fronteira com a Venezuela é reaberta após nova decisão judicial
OEA fará reunião extraordinária para discutir crise migratória
A Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou para daqui a uma semana, no próximo dia 5, sessão extraordinária do Conselho Permanente para discutir a “crise migratória” originada pela situação na Venezuela.
Pelo comunicado, deverão participar o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, representantes da Organização Internacional de Migração (OIM) e integrantes do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
A embaixadora da Costa Rica na OEA, Rita María Hernández Bolaños, foi a encarregada de emitir a convocação,pois ocupa temporariamente a presidência do Conselho Permanente.
Segundo a OIM e o Acnur, cerca de 2,3 milhões de venezuelanos vivem atualmente fora do seu país. Mais de 1,6 milhão saíram desde 2015 da Venezuela. Pelo menos 90% se encontram em distintas regiões da América Latina.
A Venezuela perdeu mais de 40% do seu Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos quatro anos e registra uma inflação disparada que pode alcançar 1.000.000% este ano, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
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