Por:Jornal NC - Publicado em 29/08/2019
Mais de 40 mil espécies de plantas, 1,3 mil variedades de pássaros e 426 tipos diferentes de mamíferos vivem na Floresta Amazônica, a maior floresta tropical do mundo, com 6,7 milhões de quilômetros quadrados. Muitos exemplares da fauna e da flora, no entanto, estão ameaçados pelas queimadas que assolam a região há algumas semanas. Os focos de incêndio não se limitam apenas à Amazônia brasileira e também se alastram pela Bolívia e Paraguai. Os dados de satélite divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que, no decorrer deste ano, houve um aumento de mais de 80% nos focos de incêndio no Brasil em relação ao mesmo período de 2018. No entanto, em entrevista o acadêmico ressalta que há vários aspectos que podem afetar essa recuperação. Um deles é o quão danificado está o solo queimado. Se sofreu vários incêndios, diz ele, é mais provável que tenha danos permanentes e sua recuperação será muito mais lenta. Outro fator está relacionado à proximidade entre a área queimada e uma floresta preservada. “Ao lado de uma floresta intacta, os pássaros e animais vão naturalmente para a área danificada e ajudarão na recuperação.” Caso contrário, adverte Malhi, “será muito mais difícil porque as sementes e espécies terão que ser introduzidas”.
Veja Também: Caixa anuncia financiamento habitacional corrigido pelo IPCA
Mudança climática e desmatamento
A mudança climática é outro fator que pode determinar a rapidez com que os hectares queimados vão se regenerar.
Claire Wordley, pesquisadora do Departamento de Zoologia da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, afirma que esse fator é extremamente difícil de prever e controlar. “Já foi previsto que, se a temperatura (global) ficar muito alta, a Amazônia não conseguirá produzir chuva suficiente para manter sua floresta tropical. Então, se (o ambiente) ficar quente demais, (a floresta) pode se tornar uma savana”, explicou. De acordo com a acadêmica, embora seja difícil estimar o tempo necessário para a recuperação da floresta danificada, está claro que não será daqui a dez anos. “Pode levar centenas de anos”, avalia. Por outro lado, o uso da terra para agricultura e o desmatamento também podem ser uma barreira para a recuperação da terra. Para Phil Martin, pesquisador especializado em ecologia, embora a recuperação das plantas e árvores “possa demorar entre 150 e 200 anos”, isso aconteceria sob “perfeitas condições”. “O problema é que hoje há várias áreas que estão sendo afetadas pela agricultura e pecuária. A mudança climática também pode interferir, vemos que agora os incêndios são muito mais frequentes e destrutivos do que antes”, analisa.
Mudanças estruturais
Os incêndios modificam drasticamente a estrutura da vegetação de uma determinada região. E isso, por sua vez, afeta as espécies que vivem na área. É o que afirma José María Cardoso da Silva, professor do Departamento de Geografia e Estudos Regionais da Universidade de Miami, nos EUA.
Para o acadêmico, a recuperação das espécies pode levar várias décadas ou séculos, sendo ainda mais complicado se os incêndios forem sucessivos.
Estudos que analisam as queimadas na Amazônia mostram que, mesmo três décadas após serem atingidas pelo fogo, as florestas queimadas têm 25% de carbono a menos do que aquelas que não foram alvo das chamas.
Ela explica que as árvores da Amazônia não têm mecanismos de defesa contra o fogo - as cascas não são grossas, têm apenas poucos milímetros -, o que faz com que a mortalidade das árvores seja muito mais alta.
Curta nossa Fanpage no Facebook
Publicidade
NacionalNacional
Oito em 10 prefeitos que tentaram reeleição conquistaram novo mandato
Internacional
Furacão Milton deixa rastro de destruição e pelo menos dois mortos na Flórida
EspeciaisEspeciais
Congresso e STF discutem volta de doações eleitorais de empresas para 2026
NacionalNacional
Eleições 2024: 103 municípios podem ter 2º turno em 27 de outubro
Política
Câmara aprova urgência para votação de PL que cria fundo eleitoral de campanha
CidadesCidades
Ubatuba retoma revisão do Plano Diretor após paralisação em decorrência da pandemia
Publicidade