Por:Jornal NC - Publicado em 26/01/2016
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os alunos cotistas apresentam desempenho próximo, similar ou até melhor em relação aos alunos que não cotistas. No Brasil 54 universidades públicas adotaram o sistema nos últimos anos, dentre elas a UNICAMP, Universidade Federal de Bahia (UFBa), Universidade de Brasília (UnB) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e desmitificaram essa ideia de que a cota vai “fazer o aluno desistir do curso por não acompanhar o ritmo” ou que o sistema de cotas “infla ainda mais o ódio racial”.
Na Universidade de Brasília (UnB), 92,9% dos cotistas foram aprovados desde 2004, quando a política de cotas raciais foi instituída. O índice para os demais universitários foi de 88,9%. A nota média dos cotistas foi de 3,79, contra 3,57 dos demais – na UnB a nota é de 0 a 5.
Na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e na Universidade Estadual de São Paulo (Unicamp) a história se repete. Na primeira, cotistas tiveram melhor rendimento em 11 dos 16 cursos da instituição e, na Unicamp, em 31 dos 55 cursos.
Em estudo da ONG Educação e Cidadania de Afro-descendentes e Carentes (Educafro) junto à Uerj, estudantes negros e oriundos da rede pública, ingressantes entre 2003 e 2007, apresentaram maior coeficiente de rendimento médio (6,41 e 6,56 respectivamente) em relação aos cotistas (6,37). Índios e deficientes somaram 5,73.
Um balanço geral dos três grandes grupos de cursos aponta que o desempenho dos cotistas negros tende a ser maior nas graduações da área de Humanas, o mesmo acontece nos cursos de Ciências da Saúde. Em relação aos cursos de Exatas o aproveitamento dos afrodescendentes é mais baixo.
Veja Também: Governo cria programa para popularizar ciência no país
O bom desempenho ocorre com mais evidência nos cursos de Humanas porque são as graduações em que muitos cotistas atingiriam notas suficientes para passar no vestibular, sem a reserva de vagas, mas as notas também vêm do esforço para manter o lugar na instituição.
Na área de Saúde, a explicação seria semelhante. “A seleção é difícil e quem consegue entrar é uma elite”, afirma Claudete. Em Medicina, Odontologia e Nutrição, que estão entre os mais concorridos no vestibular, a diferença entre as notas no 1º semestre do curso foi de apenas 1%. Em Educação Física, também compreendida na área de Saúde, a diferença é de 2% e, em Farmácia, de 3%.
O estudo mostra as dificuldades dos alunos que ingressaram pela reserva de vagas em acompanhar os colegas nos cursos de Exatas. Em Engenharia Civil, os cotistas tiveram notas 41% menores; em Engenharia Mecatrônica, 32%; em Engenharia Elétrica, 12%.
Segundo a pedagoga, o rendimento baixo pode ter como causa a educação deficiente de matérias que envolvem cálculo durante o ensino médio, conhecimento fundamental para esses cursos. “A base fraca de raciocínio matemático faz falta na universidade para os alunos desses cursos”, diz.
Segundo a pesquisa, a reserva de vagas tem conseguido trazer mais negros para dentro da universidade, mas Claudete sugere ações para que as deficiências levantadas sejam sanadas. “É preciso ver que dificuldades eles enfrentam e propor uma forma de acompanhá-los, por exemplo, com tutores, para que eles acompanhem os outros alunos”, afirma.
Curta nossa Fanpage no Facebook
Publicidade
CidadesCidades
Programa Morar Bem já transformou a vida de 300 famílias de Barueri com suas reformas
InternacionalInternacional
EUA: imigrantes entram com ação para bloquear deportações aceleradas
EspeciaisEspeciais
Congresso tem 55 vetos para analisar no retorno das atividades legislativas
CidadesCidades
Mais um Centro de Convivência para Barueri
EntretenimentoEntretenimento
Cantora Paula Lima canta no Sesc Osasco no próximo dia 20
InternacionalInternacional
Queda de avião no Cazaquistão: Sobreviventes ouviram estrondo ao se aproximar da Rússia
Publicidade