Por:Jornal NC - Publicado em 28/01/2016
A resolução da incerteza no cenário político e econômico é essencial para que o Brasil eventualmente retorne ao crescimento positivo, afirmou nesta sexta-feira o diretor do Departamento para o Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Alejandro Werner, em um artigo enviado à imprensa. O Brasil enfrenta em 2015/2016 uma contração da atividade somente vista na época da crise da dívida externa da América Latina, em 1981/1983.
“Uma combinação de fragilidades macroeconômicas decorrentes do lento ajuste interno, um escândalo de grande alcance envolvendo funcionários do governo e de empresas, e problemas políticos têm paralisado investimentos e dominado as perspectivas econômicas”, afirma em um artigo.
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No começo da semana, o FMI rebaixou a previsão de crescimento do Brasil para 2016 e 2017. Este ano, a previsão é de contração de 3,5%, a maior entre os principais países do mundo, e no ano que vem, o PIB deve ficar estagnado, com expansão zero.
Werner ressalta no artigo que a inflação está em dois dígitos e o desemprego tem aumentado de forma clara. “A turbulência política continua a atrasar a adoção de uma estratégia fiscal confiável para manter a dívida pública em uma trajetória sustentável”, disse ele, destacando que o Brasil foi alvo recentemente de três rebaixamentos de rating soberano.
A piora da classificação de risco aumentou o custo de financiamento para o país e para as empresas brasileiras, diz o diretor do FMI. Um dos poucos pontos positivos é que as exportações começam a mostrar sinais de força, graças principalmente à forte desvalorização do real.
Brasil, Argentina, Equador e Venezuela devem ser os responsáveis pelo crescimento negativo da América Latina este ano, destaca Werner. Uma combinação de problemas externos, como a queda dos preços das commodities, e desequilíbrios domésticas, têm levado a piora do investimento privado nestes países.
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Werner afirmou que uma piora adicional da situação no Brasil pode levar a uma repentina reprecificação dos ativos da América Latina e reduzir a demanda por exportações dos parceiros do país no Mercosul.
Ele avaliou que a América Latina enfrenta riscos externos, como a elevação de juros dos Estados Unidos e, sobretudo, a desaceleração da economia da China, mas também tem um risco próximo, a economia brasileira. “Mais perto de casa, uma maior deterioração da situação no Brasil poderia levar a uma reprecificação repentina de ativos regionais, bem como à redução da demanda por exportações entre parceiros comerciais no Mercosul”, disse o diretor do FMI.
“O começo de 2016 está sendo difícil, como pode ser visto pelas recentes crises de volatilidade financeira, decorrente de incertezas relacionadas com a desaceleração na China, os preços mais baixos das commodities, e a política monetária divergentes nas economias avançadas”, afirmou Werner, desta vez em entrevista à imprensa concedida nesta sexta-feira.
O diretor do FMI ressalta que a recuperação da economia global continua “lutando para ganhar” força, mas problemas em alguns países emergentes têm pesado nas perspectivas de crescimento. Esta semana, o FMI rebaixou as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do mundo em 2016 e 2017 e alertou ainda para o aumento de riscos.
Nesse ambiente, a América Latina deve ter o segundo ano de crescimento negativo e pode ficar com crescimento baixo por um longo período. Mas Werner ressalta que a situação na região é bem heterogênea. “Enquanto países com fortes arcabouços de política econômica têm se ajustado de forma suave aos choques externos, países com fracos fundamentos domésticos estão experimentando contrações significativas”, afirmou o diretor do FMI.
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