Por:Jornal NC - Publicado em 12/05/2017
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve, nesta quarta-feira, sua primeira audiência com o juiz federal Sergio Moro, juiz da operação Lava Jato na primeira instância e, por isso, responsável por julgar os processos contra o ex-presidente ligados ao caso.
Réu de três ações sob a alçada do magistrado, o petista foi interrogado sobre as acusações de que recebeu vantagens indevidas das empreiteiras OAS em troca de contratos com a Petrobras.
Segundo o Ministério Público Federal, a companhia pagou R$ 3,7 milhões a Lula por meio da reserva e reforma de um tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e pelo custeio do armazenamento de seus bens depois que o petista deixou a Presidência.
Lula negou ser proprietário do imóvel e que tenha recebido propina da OAS.
Depoimento
Lula ficou cerca de cinco horas no prédio da Justiça Federal. Parte da audiência foi marcada por bate boca da defesa do ex-presidente e Sérgio Moro, em especial durante as perguntas em que o juiz citou o sítio de Atibaia (SP) - que teria sido reformado pela OAS a pedido de Lula, segundo sustenta a acusação com base em informações fornecidas pelo sócio da OAS Leo Pinheiro.
Nos primeiros trechos tornados públicos, Lula é questionado sobre o tríplex e diz que “nunca houve a intenção de adquirir” o apartamento de três andares, só uma unidade simples no prédio. Também diz que chegou a visitar o tríplex uma única vez, mas que nunca teve a intenção de comprá-lo - apesar das afirmações em contrário de Leo Pinheiro.
Depois de ter visitado o imóvel com a mulher, ele afirma que nunca mais falou sobre o apartamento com o executivo da OAS.
Lula também negou que tivesse pedido a Leo Pinheiro que destruísse provas - conforme o executivo da OAS havia dito em depoimento.
Lula também negou as acusações de que a OAS custeava o armazenamento de seu acervo presidencial.
Moro, durante a audiência, disse a Lula que ele foi “tratado com respeito” durante os procedimentos judiciais e que ele será julgado “com base na lei”.
O juiz perguntou também sobre as indicações feitas a cargos da Petrobras, e o ex-presidente afirmou que Nestor Cerveró (ex-diretor financeiro da companhia) foi uma indicação do PMDB. Também falou sobre o encontro que teve com Paulo Duque (ex-diretor de serviços da Petrobras) e confirmou ter indagado se o ex-diretor da estatal, preso e condenado a 53 anos, mantinha contas no exterior.
Palanque
Milhares de simpatizantes aguardavam o fim do depoimento em uma praça a poucos quilômetros do prédio da Justiça Federal, onde Lula discursou após falar à Justiça.
Diante da tensão entre apoiadores e críticos de Lula, o acesso ao edifício estava fechado desde a noite de terça, quando manifestantes chegaram em maior número à cidade.
Havia temores de confrontos entre grupos favoráveis ao ex-presidente e contrários a ele, o que acabou não se confirmando diante do forte policiamento.
Veja Também: Prefeituras prestam contas e fazem balanços dos primeiros 100 dias de gestão
Críticos ao petista eram em menor número - após vídeo de Moro pedindo que os simpatizantes da Lava Jato ficassem em casa, vários grupos decidiram não ir a Curitiba.
O local ficou cercado por policiais, e os manifestantes pró e contra Lula foram mantidos afastados entre si e do acesso à Justiça Federal.
Impacto político
Segundo especialistas, era pequena a possibilidade de o interrogatório ter relevância jurídica para o processo contra o ex-presidente.
Já o impacto político poderia ser expressivo. Líder nas pesquisas de intenções de voto para as eleições de 2018, Lula pode ser impedido de concorrer tenha uma condenação em segunda instância até o pleito, e tem adotado o discurso de que é perseguido pela Lava Jato.
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