Por:Jornal NC - Publicado em 24/06/2021
Com alarde, um cabo submarino de fibra ótica ligando o Brasil à Europa foi inaugurado no início deste mês. Conectando Fortaleza, no Ceará, a Sines, em Portugal - com emersões na Guiana Francesa, Ilha da Madeira, Ilhas Canárias e Cabo Verde - , o EllaLink tem 6 mil metros de comprimento, custou 183,9 milhões de euros e, assim que estiver em funcionamento pleno, deve reduzir em 50% o tempo de latência entre os continentes, que é como se chama o tempo de resposta na troca de dados.
Além desse cabo, há apenas um outro ligando diretamente o Brasil à Europa: o Atlantis 2, em operação desde o ano 2000, que tem uma capacidade limitada a 20 gigabytes por segundo e é utilizado basicamente para telefonia.
O intercâmbio de dados entre Brasil e Europa tinha, até então, de “fazer uma baldeação” nos Estados Unidos. Pesquisadores explicam que, com uma capacidade máxima bem maior, que pode se aproximar de 100 terabytes por segundo, esse novo cabo tornará viável, de fato, a telefonia 5G no Brasil. E deixará um cenário mais preparado para a futura tecnologia 6G, esperada para algum momento desta década.
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Outro benefício deve ser uma estabilidade maior nos serviços de armazenamento em nuvem, uma necessidade que já era premente e se tornou ainda mais essencial em tempos de pandemia e home office. Para o usuário, até a prática de jogos online pode ficar mais instantânea, ou seja, com respostas mais imediatas.
O custo da operação também deve se tornar menor. Ou seja, se assim quiserem, as companhias de telefonia e internet podem repassar melhores tarifas para o consumidor.
De acordo com o engenheiro em telecomunicações José Marcos Camara Brito, professor no Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), o EllaLink deve “potencializar a cooperação em áreas estratégicas” entre os dois continentes. Serviços como telemedicina e monitoramento de dados - como os da atmosfera, do clima, dos mares e do meio ambiente em geral - também serão melhorados.
Comparados com os satélites, os cabos submarinos apresentam duas vantagens: custos reduzidos e maior velocidade de transmissão de dados. “Quanto custa colocar um satélite no espaço? E fazer manutenção?”. Mas o real é que a fibra ótica (dos cabos) ainda é o meio com maior capacidade de transmissão. Numa transmissão via satélite, o tráfego é muito inferior e tem maior latência. O satélite também tem a vantagem de permitir o acesso em áreas distantes e de difícil acesso.
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