Mulheres negras e vítimas de violência denunciam casos à OEA

Segundo o dossiê, mulheres negras sofrem com a violência cerca de 45% mais que mulheres brancas

Mulheres negras que sofreram diversos tipos de violência vão denunciar nesta sexta-feira, dia 30 de setembro à Organização dos Estados Americanos (OEA), em audiência pública que acontecerá em São Paulo, casos dos quais foram vítimas de violência.
Todos os depoimentos serão ouvidos pela relatora de Direitos de Afrodescendentes e Mulheres da OEA, Margarette Macaulay, que veio para o país para conhecer mais sobre a realidade que as mulheres negras e brasileiras sofrem. Segundo dados do dossiê, os assassinatos de mulheres brancas tiveram redução de 9,3% em dez anos (2002 à 2013), mas em contrapartida o número de assassinatos de mulheres negras tiveram um aumento de 54,2% no mesmo período, cerca de 45% a mais em comparação às mulheres brancas.

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“O dossiê é resultado de um relatório que nós apresentamos para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA denunciando as violações, as violências sofridas pelas mulheres negras brasileiras”, afirmou Nilza Iraci, do Geledés.
Os dados explicita diversos casos de violência, como vítimas de violência obstétrica, assassinatos de lésbicas, transexuais e travestis, racismo institucional e no sistema de justiça, intolerância religiosa e racismo na internet, além das violações sofridas pelas mães dos jovens negros assassinados.
Lei Maria da Penha
A Lei Maria da Penha ajudou a reduzir a violência contras as mulheres, no entanto, as mulheres negras só veem a violência crescer contra elas. O dossiê aponta que, nas mortes por agressão, as mulheres negras são 64% das mulheres vítimas de assassinatos no Brasil. Curta nossa Fanpage no Facebook