Governador do Amazonas é alvo de operação da PF

A ação atinge secretrário de Saúde por desvios de recursos da covid-19

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), é um dos alvos de uma operação da PF (Polícia Federal) realizada que investiga desvios de recursos públicos destinados ao enfrentamento da pandemia da covid-19 no estado. O secretário estadual de Saúde, Marcellus Câmpelo, é alvo de um mandado de prisão, mas não foi localizado.

Segundo o MPF (Ministério Público Federal), policiais federais foram recebidos a tiros ao cumprir um dos mandados. Não houve feridos, segundo o órgão. Agentes da PF foram à residência e ao gabinete de Lima cedo para cumprir mandados de busca e apreensão.

A ação, a quarta fase da Operação Sangria, cumpre ao todo 25 mandados judiciais realizados pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Manaus e Porto Alegre, sendo 19 deles de busca e apreensão e seis de prisão temporária (com prazo de cinco dias). Os nomes dos alvos não foram divulgados.

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A operação ocorre no mesmo dia em que o STJ iria começar a análise sobre se receberia uma denúncia oferecida pela PGR (Procuradoria Geral da República) contra Lima por supostos crimes no combate à pandemia. O tema, porém, foi retirado de pauta após a defesa de Lima ter alegado que ainda faltavam “etapas do contraditório”. Não há uma nova data prevista para o julgamento.

No início da sessão do STJ, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo confirmou que a PF foi recebida a tiros no cumprimento de mandados. “A Polícia Federal foi recebida a tiros pelo filho do Nilton Lins (Nilton Costa Lins Júnior)”. Foi uma situação bastante constrangedora, e perigosa, lá em Manaus. Nilton Costa Lins Júnior é um empresário dono Hospital Nilton Lins, em Manaus, que foi alugado pelo governo estadual para funcionar como hospital de campanha. Na sessão do STJ, Lindôra também afirmou que Marcellus Câmpelo é considerado foragido.

A operação foi autorizada pelo ministro Francisco Falcão. Ele determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de 27 pessoas e empresas. “Também houve o sequestro de bens de 12 investigados, em valor que supera R$ 22,8 milhões”, informou o MPF. Os indiciados pela PF poderão responder por diversos crimes, entre eles, fraude de licitação, peculato e pertencimento a organização criminosa. Se condenados, a pena dos suspeitos pode chegar até 24 anos de reclusão.

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