Gaza viveu 16 anos de “antidesenvolvimento”, diz relatório da ONU sobre economia palestina

Documento responsabiliza ocupação israelense por dificuldades econômicas na região

Um relatório divulgado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), conclui que 2022 foi mais um ano ruim para os palestinos, citando, entre os motivos, a ocupação de Israel. “Num contexto de tensões políticas crescentes, de aprofundamento da dependência da potência ocupante e de um processo de paz estagnado, a economia palestina continuou a funcionar abaixo do potencial em 2022, à medida que outros desafios persistentes se intensificavam”, afirma o relatório. O texto, que traz um panorama sobre a economia palestina, também afirma que a Faixa de Gaza viveu 16 anos de “antidesenvolvimento”.

“Gaza viveu 16 anos de ‘antidesenvolvimento’ e supressão do potencial humano e do direito ao desenvolvimento. Os esforços internacionais para a recuperação continuam inadequados e abaixo do nível das necessidades prementes”, diz o relatório. O órgão da ONU também afirma que as consequências econômicas da guerra entre Israel e o Hamas são “impossíveis de se definir” neste momento.

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PIB e desemprego
A Unctad destaca que embora o PIB palestino tenha crescido 3,9% em 2022, o PIB real per capita ainda estava 8,6% abaixo do nível pré-pandemia, de 2019. Em Gaza, o PIB real ficou 11,7% abaixo do nível de 2019 e perto do seu nível mais baixo desde 1994. O texto também informa que a taxa de desemprego permaneceu elevada, atingindo 24% no Território Palestino Ocupado (Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental); 13% na Cisjordânia e 45% em Gaza, sendo as mulheres e os jovens os mais atingidos pela falta de trabalho.

O documento afirma que a falta de empregos força muitos palestinos a procurar trabalho em Israel e nos assentamentos israelenses. Em 2022, 22,5% dos palestinos empregados da Cisjordânia trabalhavam em Israel e em assentamentos israelenses, onde o salário médio é mais elevado. Mas taxas e impostos desconfiados representam 44% do salário bruto, o que elimina o prêmio das vagas de trabalho em Israel.

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