Dossiê contra paridade internacional da Petrobras é entregue ao Congresso

O documento, que chega ao Congresso aponta ser possível vender combustíveis no país a preços mais acessíveis

Diante de diversos reajustes no valor dos combustíveis, o Observatório Social da Petrobrás (OSP) entrega ao Congresso Nacional um dossiê com uma série de informações técnicas e impactos econômicos sobre a adoção do Preço de Paridade de Importação (PPI), que teve início em 2016. Elaborado pelo economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais, o dossiê aponta que é possível vender combustíveis no país a preços mais acessíveis aos brasileiros.

O economista destaca que a política do PPI precisa ser descontinuada. A atual política de precificação dos combustíveis é uma verdadeira exploração da população e estagnação da economia. Mesmo a Petrobras produzindo em território brasileiro cerca de 80% dos combustíveis consumidos no país, nós pagamos como se esse insumo fosse importado, ressalta Dantas. De acordo com o OSP, essa política beneficia, principalmente, os acionistas da empresa.

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Segundo o observatório, os dividendos distribuídos foram de aproximadamente 29% do lucro total da companhia entre 2018 e 2019. Já em 2021, o valor deverá ficar em torno de 66%. A Associação de Engenheiros Da Petrobras também afirma não concordar com a prática da companhia, que busca atrelar o custo do produto produzido no país ao preço internacional. Para o presidente da entidade, Ricardo Maranhão, a paridade exercida no Brasil deixa o valor do petróleo suscetível a variações cambiais. A Petrobras segue o preço praticado fora do país, onde todas as operações são comercializadas em dólar. Com isso, o Brasil sofre com a variação do câmbio, afirmou.

O preço para os brasileiros fica volátil por conta de diversos motivos, seja de cunho social, político, entre outros. A paridade seria interessante para países que não produzem o insumo. Não faz sentido isso aqui no Brasil, acrescentou. A ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Magda Chambriard, disse que o “grande problema” da Petrobras não é acompanhar a tendência do mercado internacional, e, sim, repassar constantemente o valor à população. O país não entendeu que uma coisa é acompanhar a tendência de preço, outra é você repassar esse valor o tempo inteiro.


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